Atualidade do cancro do pulmão

A contínua problemática do tabaco

A epidemia do tabaco mantem-se como uma das maiores ameaças atuais à saúde pública. Desde o século XVI que os hábitos tabágicos se generalizaram na europa, inicialmente sob a influências de marinheiros e já num tempo mais recente, mas no seculo passado, o cinema e as campanhas publicitárias foram fortes impulsionadores do consumo do tabaco.

A diversidade dos derivados do tabaco, tem variado muito ao longo do tempo, existem atualmente no mercado vários produtos como os cigarros, o tabaco para narguilé, vários produtos de tabaco sem fumo, os charutos, as cigarrilhas, o tabaco de enrolar, o tabaco para cachimbo, o bidi e kretek.  

O conhecimento científico, desde meados do sec. XIX demonstrou que a exposição a derivados do tabaco é prejudicial para a saúde. Atualmente sabemos que o tabaco ao ser inalado, difunde-se rapidamente, levando a todo o organismo mais de 7000 de substâncias tóxicas. Das consequências para a saúde, destaca-se a associação com a causa de doenças cardiovasculares (enfarte, angina de peito, AVC), respiratórias (DPOC, enfisema) e com alguns tipos de cancro (pulmão, cavidade oral, bexiga). Estes efeitos patogénicos do tabaco não são imediatamente visíveis, mas apenas correlacionáveis com a doença e a morte, duas a três décadas, após o início do consumo de tabaco.  O tabagismo está também relacionado com os problemas sociais derivados das consequências económicas e com os problemas ambientais provocados pelas plantações do tabaco, com o seu transporte e até com poluição dos seus resíduos (filtros com microplástico).

A nicotina uma das substâncias presente no tabaco, é a responsável pela natureza aditiva do hábito de fumar. Por isso se um fumador quiser parar de fumar abruptamente, o corpo tenta adaptar-se á falta dos mesmos níveis de nicotina e desenvolve a síndrome de privação. Os sintomas mais comuns da privação, são o aumento de apetite, o desejo imperioso de fumar, as dores de cabeça, a irritabilidade, a ansiedade, e as perturbações do sono.

Ao aliarmos este facto do efeito da dependência do tabaco e da aceitabilidade social do mesmo, facilmente se compreende que é mais fácil prevenir o tabagismo do que conseguir que os fumadores deixem de fumar. Desta forma torna-se evidente que o controlo do tabagismo deve incidir tanto na desabituação por parte dos adultos como na dissuasão dos jovens e adolescentes ao início do consumo do tabaco.

Entretanto é sempre benéfico parar de fumar, mesmo após o desenvolvimento de doenças relacionadas com o tabaco. As vantagens serão maiores quanto mais cedo se iniciar este processo. O tratamento do tabagismo é adaptado à situação particular da pessoa, engloba apoio psicológico e medicamentos específicos para controlar os sintomas de privação.

A problemática do tabaco continua, apesar de um ligeiro decréscimo do tabagismo nos países desenvolvidos. Os efeitos de anos de campanhas de prevenção antitabágica têm ficado aquém do pretendido, por isso o empenho pessoal de todos os intervenientes em educação, prevenção e cidadania são essenciais.

Esmeralda Barreira

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