Nas próximas linhas vamos contar a história de Peter Czanyo, um resistente ao Cancro do Pulmão, doença que lhe foi diagnosticada há 17 anos atrás mas que nunca desistiu. Aos 64 anos tem uma história de vida incrível.

Fui operado ao Cancro de pulmão (adenocarcinoma) há muitos anos. Eu estava com muito medo. Foi um diagnóstico inesperado e removi metade do pulmão esquerdo (tenho 60% de capacidade aeróbica). Foram tempos muito difíceis e a incerteza e o medo deitavam-se ao meu lado e eram meus companheiros à noite.

Lembro-me de quando o oncologista me disse: “Peter, mude sua vida”. Mas o que é mudar a vida? Mudamos de emprego, amigos, uma nova família? Não, mudar vidas é um olhar diferente dentro de nós. Mudar a vida é mudar os olhos e não as paisagens. Tudo está em nós.

Não foi fácil. O cancro também não é fácil, e muitos sabem disso. Mas questionei-me o que posso fazer por mim mesmo e não apenas esperar que os médicos e o sistema me ajudassem. Mudei de dieta, aprendi técnicas para respirar melhor e comecei a meditar. Lentamente comecei a treinar. Andar muito, depois correr e reconhecer o meu corpo e correr … Todos os dias. Aprendi a ser persistente e, nas muitas vezes em que não pude fazer algo, vi uma oportunidade de aprender.

Decidi escalar montanhas e disse a mim mesma que faria corridas. Essa foi a minha paixão. De alguma forma, mudei o medo do cancro por paixão pelas montanhas. Tudo começou a mudar. Corri 5 km de corridas e terminei de percorrer os 100 km dos Andes Crossing em 3 dias ou a maratona de Berlim e Chicago de 42 km. Comecei a escalar uma pequena colina de 2000 metros e terminei no Aconcagua a 6050 metros ou no topo do Kilimanjaro, na África, em janeiro de 2019.

Tenho 64 anos e agora estou em quarentena porque sou um paciente de alto risco contra o vírus COVID 19. Não posso ir trabalhar, mas ninguém me impede de continuar a sonhar com as minhas montanhas. Mas sonhos e paixão devem ser construídos e, de segunda a sábado, eu treino no meu apartamento com elementos caseiros que implementei.

Um grande abraço a todas as pessoas valiosas da PULMONALE de Portugal.

De Buenos Aires, Argentina:

Peter Czanyo